segunda-feira, 8 de setembro de 2008

A Noiva da Revolução

Numa bem resolvida síntese de jornalismo, história e ficção, sob a forma de um diário composto com as anotações do casal que domina o núcleo romântico da trama – Domingos José Martins e Maria Teodora – Paulo Santos consegue imprimir à narrativa um ritmo contagiante, em que os fatos históricos e os personagens se apresentam com a substância, o sal e o sabor das coisas da vida.

Trata-se do diário detalhado de uma revolução, envolvendo os momentos da sua eclosão, a ocupação e o exercício do poder e os demais desafios colocados na mesa dos governadores – sim, porque era um governo colegiado. Problemas econômicos ligados ao monopólio dos produtos britânicos, à produção do algodão e à pecuária. Problemas econômico-políticos, como a escravidão e os caminhos para eliminá-la. Problemas político-institucionais, como as relações com o poder central, os impostos, a organização das forças armadas, a segurança pública e a diplomacia.

Além disso, o mosaico dos costumes, da cultura política e dos preconceitos da época.

Este é um livro de leitura obrigatória para se conhecer melhor um momento importante e ainda não devidamente valorizado da rebeldia e do pioneirismo de Pernambuco na tessitura das revoluções brasileiras.

Orelha ao livro a Noiva da Revolução, Paulo Santos, Editora Comunigraf , 2006

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